Luto é um fenômeno individual, sistêmico, cultural, histórico, físico, químico e espiritual.
O luto não é somente sobre o enlutado. Olhar por essa perspectiva apenas contribuir para que esse processo seja, para ele, ainda mais solitário e sofrido.
Luto é sobre histórias de vida que se encerraram, sobre vínculos desfeitos, sobre sonhos não realizados, sobre futuros que não aconteceram. Luto é sobre tanta coisa!
Precisa do colo que empara, do acolhimento que conforta, do silêncio que assegura, da presença que legitima, do tratamento que cuida. Luto precisa de espaço e tempo.
Acontece no corpo que dói, na lágrima que transborda, no choro que engasga, na quietude que contempla, no coração que bate em compassos atravessados, a alma que espera a sabedoria da vida.
O luto se revela nos rituais de despedida, nas histórias que acalentam, nas memórias que eternizam, nos novos caminhos que vão surgindo, como o sol que nasce porque esse é o seu papel.
O luto não é somente sobre o enlutado, mas é para ele. Não nos cabe julgar, depreciar, sufocar, apressar, abandonar.
O luto é para o enlutado e o nosso amor, empatia e respeito também.
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